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"Tó Trips vinha dos Lulu Blind ou dos Santa Maria Gasolina Em Teu Ventre, nomes que ajudaram a fazer a história do rock sónico, experimental, da passagem da década de 1980 para a de 1990. Pedro Gonçalves, por sua vez, tinha a escola do jazz e das jams do jazz. Porém, quando a música dos Dead Combo se fez ouvir, esse passado passou a encaixar-se neles como se de uma apresentação se tratasse. A história dos Dead Combo, que tanto falam sem nada dizer, começava. Dois músicos que descobriram música preciosíssima e que a tocam como aliados inseparáveis, camaradas vagabundos, aventureiros com pose de herói imperturbável. Tudo isso está inscrito na sua música. Neles, o mundo é uma surpresa constante, mas são tipos de vida vivida e nunca serão apanhados desprevenidos. Nem um sobrolho franzido por preocupação(...)
Os Dead Combo fazem música só aparentemente sem palavras. (...) E são homens, cicatrizados pela vida frenética do rock'n'roll, que usam botas sujas com pó de western e que bebem de um trago a dorida melancolia do fado (sem lamentações: é uma coisa que está ali dentro). Os Dead Combo são Tó Trips e Pedro Gonçalves - e isso é provavelmente o mais importante para que toda esta equação de maravilhamentos, referências e empatias se apresente completa(...)
Os Dead Combo, que não cantam, conhecem muito bem o som das palavras."
Mário Lopes no Prefácio