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José Alemparte, galego, septuagenário, atrevido e com um sentido de humor implacável, descobre casualmente que tem Alzheimer e não quer partir deste mundo sem fazer as pazes com o amigo que lhe roubou a mulher e não só. Emma, cansada de um marido que parece ter desistido dela, procura consolo num chat e acaba por se envolver com um estranho que é muito menos estranho do que parece. Alex, um miúdo sem papas na língua e com um computador novinho em folha, escreve uma espécie de diário que oscila entre o cómico e o trágico.
São eles os três narradores de A despedida de José Alemparte e, mais do que gerações diferentes, representam momentos marcantes da história recente do país vizinho: a Guerra Civil, os anos de chumbo do terrorismo na época da transição para o Estado democrático e os terríveis constrangimentos da crise actual. Mas, acima de tudo, são indivíduos iguais a tantos outros, iguais a nós, com problemas cuja solução passa pela coragem de vencer a incomunicabilidade e perdoar.
Depois do muito elogiado As Sete Estradinhas de Catete, Paulo Bandeira Faria regressa à ficção com um romance contundente e cheio de ternura sobre os condicionamentos do passado e do presente nas sociedades contemporâneas. Com personagens inesquecíveis, a obra constitui ainda uma importante lição para os tempos difíceis que vivemos.
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