Este livro está na lista de favoritos de 2 utilizadores.
Relances breves, aleatórios, reminiscências evocadas entre lacunas e ao correr da pena, mas que a memória quis preservar. A infância entre as ruas da Graça e da Penha de França, as férias em Alvalade, o Liceu Camões e o Gil Vicente, os amigos, os companheiros, o Cavaleiro Andante e o Sitting Bull, os pais, os primos, a consciência política e a surpresa da prisão do pai. A faculdade, os movimentos associativos, a Pide e o PCP, os encontros clandestinos, a prisão e o exílio. Espanha, França, Suécia, e Portugal à espera do 25 de Abril.
Memorabilia: «Factos ou coisas dignos de memória ou que se guardam como lembrança.» Memória hábil, a de Mário de Carvalho, que em fragmentos se nos dá por inteiro.
Críticas de imprensa
Que estupendo exercício da memória ágil, mais uma gema a acrescentar ao espantoso inventário literário de um dos nossos maiores escritores contemporâneos.
Mário Beja Santos
[…] o registo vivaz do escritor consegue conferir a qualquer episódio remoto que evoca no livro um colorido óbvio.
Sérgio Almeida, Jornal de Notícias
A escrita é a que já lhe conhecemos bem, cultivando discrição e ironia, rigor, clareza e, aqui mais do que nunca, espírito de síntese. Ou seja: ouve-se a voz de Mário de Carvalho. […] Sem organização cronológica, este volume é um puzzle desarrumado de peças. Uma vida, afinal.
Pedro Dias de Almeida, Visão
Mário de Carvalho vai escrevendo pequenos textos sobre momentos que fizeram a sua vida. Alguns deles são picantes, outros melancólicos, todos especiais.
Francisco José Viegas, Correio da Manhã
Há na ideia clássica do livro de memórias um peso de solenidade e espavento a que Mário de Carvalho, nestes 96 fragmentos, se quis furtar. Mais do que a narrativa da sua vida, oferece-nos relances de um real "multiforme" — épocas, objetos, pessoas e lugares, resgatados ao vórtice do esquecimento.
José Mário Silva, Expresso