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A casa na Calle Santo Domingo abrigou três gerações da mesma família. O patriarca chegara no final do século XIX vindo de Lons-le-Saunier, em França. Trazia num bolso um pedaço de videira e no outro um punhado de trocos. Queria emigrar para a Califórnia, mas um golpe do destino desviou-o para o Chile. Ao chegar, um mal-entendido na alfândega fez com que fosse rebaptizado com o nome da sua terra natal - e assim nascia a família Lonsonier.
Anos mais tarde, o filho Lazare regressaria das trincheiras infernais da Primeira Guerra Mundial para se instalar nessa mesma casa com a mulher, Thérèse, construindo no jardim o mais belo aviário dos Andes, que serviria de berço à filha de ambos, Margot. A criança, cuja primeira visão do mundo foi a de cinquenta pássaros nos seus poleiros, cedo começou a sonhar com as alturas, tornando-se uma aviadora pioneira e mãe de um revolucionário, Ilario Da.
Ao longo do século XX, de duas guerras mundiais e de dois continentes, os Lonsonier mantiveram viva a lenda de um misterioso tio desaparecido em França. Mas quando uma tragédia se abate sobre a família, será essa figura mítica a guiá-los de volta a casa.