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Joana Gama Freire pegou nas suas entranhas e pô-las cá para fora para que as pudessem ver. Sozinha, propôs-se abrir uma janela no coração e no cérebro para que o leitor possa espreitar à vontade. «Só agora, aos trinta e três, me estou a aperceber de que tudo o que sinto e quero é legítimo desde que não interfira com a liberdade dos outros. Não tenho de estar espartilhada por aquilo que acho que os meus pais querem que eu seja por lhes ser mais confortável ou por aquilo que eu sinto que deveria ser por talvez ser capaz de o fazer. Quero cuspir-me, só. Ver onde é que isto vai dar. Sinto que todos nós talvez devêssemos cuspir-nos mais, sem merdas associadas.»
Neste livro, Joana aborda temas difíceis, e ainda tabu, em textos escritos de uma forma crua, despretensiosa e verdadeira, com medo de falhar e de se expor, mas com coragem suficiente para avançar, palavra a palavra, frase a frase, por vezes com humor, outras com lágrimas,mas sempre intenso se pessoais.