E Foram Felizes Para Sempre (Releitura dos Contos de Fadas Numa Abordagem Psicocrítica)

E Foram Felizes para Sempre. Releitura de contos numa abordagem psicocrítica é fruto de um trabalho hermenêutico baseado na análise psicocrítica que assume como referência os pressupostos teóricos dos especialistas Fean Bellemin-Noel e Juan David-Nasio nos quais a autora se fundamenta em muitos estudos acerca d Literatura para a Infância, da Psicanálise e da Pedagogia para discutir sobre a importância dos contos de fadas não somente no período da infância, mas sobretudo dos efeitos dessa leitura para a vida adulta, pois tais narrativas estão na base dos nossos desejos mais profundos, lugar de busca onde o leitor pode vivenciar sua subjetividade de forma mais plena possível.

Por meio da análise e interpretação das narrativas Vasalisa; a bela. O Pequeno Polegar, O Junipero e A Bela e A Fera o texto vai apontando para o fato de que os contos de fadas constituem-se num território de transubjetividade, fonte inesgotável da experiência simbólica e do encontro entre o eu e o outro que se podem ver no mais além que caracteriza a dimensão da ficção e da obra de arte.

Neste livro o leitor o leitor pode entrar em contato com renomados autores como Bruno Bettelheim, Sheldon Cashdan, Melanie Klein, Maud Mannonni, Alfredo Garcia-Roza e outros para compreender aspetos fundamentais dos contos de fadas que norteiam a trajetória referente à formação do gosto pela leitura e também, do próprio sujeito enquanto ser que constrói numa infância vivida para sempre, tal como diz Lucie Delarue-Madrus: " E afinal quem jamais se curou da sua infância"

É possível afirmar que a visão a qui apresentada mostra a razão pela qual os contos encantam e porque fundamentalmente se constituem em busca, desafios e captura de sentido para uma existência que necessita de resoluções satisfatórias.

Enfim, o mágico "Era uma vez..." da história de cada um de nós vai sendo descortinado na medida em que compreendemos a dimensão da complexidade da vida. Revisitar e compreender a infância pelo viés dos contos de  fadas pode ser um dos caminhos mais gratificantes para educadores, professores, pedagogos, psicólogos e psicanalistas articularem seus sabres com a prática, tendo sempre em vista de que desde que o mundo é mundo as histórias existem e um conto de fadas é uma das mais elevadas expressões simbólicas de que o bem pode e deve vencer o mal, que a palavra alarga o mundo e faz esperançar. Apesar de todas as dores e etapas a serem vencidas, os contos de fadas ensinam que podemos ser salvos pelo amor.

Autor:

Joana Cavalcanti é Doutora em Letras - Teoria da Literatura (UFPE, 2002), focalizando seus estudos em Literatura e Psicanálise. Fez Mestrado em Letras - Teoria da Literatura (UFPE, 1996), Licenciada em Letras, Vernáculo Francês, pela Universidade Católica (1983). É especialista em Ciências da Educação (credenciada pela ESEPF, Portugal). Escritora com inúmeras obras publicadas e tem dedicado os seus estudos às áreas da Literatura, Literatura para a Infância, Leitura, Escrita Criativa, Inteculturalidade, Histórias de Vida, questões de literatura e identidades culturais. Publicou livros, artigos e estudos nas referidas áreas. Recebeu inúmeros prémios pelo trabalho desenvolvido na área do desenvolvimento da leitura. Fez formações na área da Psicanálise e tem trabalhado com a psicocrítica do texto literário. Foi consultora da UNESCO para assuntos sobre o desenvolvimento da leitura e da literacia (letramento), participou como conferencista e organizou eventos científicos nacionais e internacionais. Atualmente é professora coordenadora da ESEPF (Portugal), onde coordena o Departamento de Línguas e Culturas. Tem desenvolvido projetos de investigação no âmbito da Educação, Leitura e Literatura Infanto-Juvenil. É coordenadora do protocolo no âmbito dos projetos de leitura junto às Bibliotecas Municipais da Câmara Municipal do Porto. É avaliadora, perito-externo do IGEC, é avaliadora de Manuais Escolares (Ministério da Educação). É membro da Comissão de Avaliação de Desempenho Docente da ESEPF. Foi investigadora no CIIE (Universidade do Porto). É investigadora no CEDH (UCP) e no CIPAF (ESEPF).