O Retiro Sentimental

O retiro Sentimental, obra publicada em 1907, depois de sua rutura com Willy e das primeiras experiências de solidão, foi inspirado por uma real retirada da autora para a sua casa borgonhesa e, apesar da transposição da realidade para a aventura pessoal de Claudine, conserva o valor de uma confissão. Ali se encontra, em primeiro lugar um quadro querido de Colette: o jardim, a casa, os animais, a natureza muito cheia de recordações de infância. Renaud, o marido, está na Suíça, onde procura curar-se. E Claudine está sozinha. No entanto, e apesar de um casamento vazio e de uma vida parisiense agitada por diversas ociosas questões Claudine é profundamente afeiçoada a Renaud: com um intransigente rigor, analisa os tormentos da mulher sozinah, a ausência de Renaud que mais lhe causa um mau-estar indefinível do que um desgosto.

A jovem imaginativa, caprichosa e afetada, conhece agora as inquietações da doença, da morte, do tempo que se escoa: uma vontade a invade de agarrar o tempo presente, como uma pessoa angustiada. Claudine espera Renaud, simultaneamente prisioneiro das suas recordações comuns que não cessa de dissecar, e já transformada, regenerada pelas vozes da natureza que nela se infiltram, atraindo lembranças mais distantes do que aquelas que partilha com Renaud: a casa, o jardim. continuam a ser para Claudine «uma relíquia, um retiro, uma cidadela, o museu da sua juventude».

Autor:

Sidonie-Gabrielle Colette, nasceu em Saint-Sauveur-en-Puisaye, 28 de janeiro de 1873 e faleceu em  Paris, 3 de agosto de 1954. Foi uma escritora e intelectual francesa. Conhecida também por suas apresentações mímicas, por seu trabalho nos palcos e como jornalista, Colette é mais lembrada por seu livro de 1944, Gigi, que foi adaptado para o cinema, em 1958 e como musical, em 1973. Uma das maiores escritoras francesas, Colette era reconhecida em seu país e na Europa por seus livros que retratavam a liberdade e a emancipação feminina.

Em 1953, ela foi eleita Grande oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra, a segunda mulher na época a conseguir tal feito

Colette morreu em 3 de agosto de 1954, em seu apartamento em Paris, aos 81 anos. O funeral não foi aceito pela Igreja Católica devido aos seus divórcios, mas lhe deram um funeral com honras de estado por ser considerada uma intelectual de renome na França. Ela foi sepultada no Cemitério do Père-Lachaise, o maior cemitério de Paris