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Crónicas políticas sobre o PREC e o 25 de Novembro de 75 -, num registo irónico e mordaz escritas pelos jornalistas Fernando Barradas e Ercílio de Azevedo
Que outra profilaxia poderia o povo ter executado para evitar a terapêutica da guerra? Sendo o povo quem mais ordena, como é que esse mesmo povo poderia fazer sentir a sua vontade? Recordemos que, nessa altura, os órgãos de comunicação social estavam totalmente dominados pelos comunistas. Recordemos que, nessa época, a vigilância revolucionária comunista atingia o histerismo. É bom lembrar que, durante aquele período, praticava-se a tortura física na Polícia Militar e no RALIS com os mesmos requintes usados no Chile de Pinochet ou na Rússia Soviética. A agressão mental através da TV era quotidiana, e galopante era a escalada totalitária. Perante tudo isto e não apenas isto o que poderia fazer o povo quando os intelectuais fascistas da esquerda apareciam nos Jornais ou na Rádio a insultar os trabalhadores do Norte, depois de terem vigarizado os trabalhadores do Sul? O que poderia o povo fazer, se não dispunha nem da TV, nem da Rádio, nem da Imprensa, de forma a que os ocupantes do Poder vissem, ouvissem ou lessem a vontade popular? O instinto de defesa e a sabedoria ancestral imaginaram um processo audio-visual de comunicação: o barulho das bombas e a visão dos incêndios. Quando o Norte ardeu, estava apenas a comunicar: as sedes do PCP foram apenas órgãos de comunicação social.
Foi neste ambiente que dois jornalistas de O Comércio do Porto tiveram a coragem de interpretar a voz do povo publicando as crónicas que ides ler. São textos escritos com uma linguagem simples mas contundente pois simples mas vigorosa é a alma do povo que Barradas e Ercílio representam nas suas crónicas. Algumas cheias de humor. Mas alguém disse que uma boa gargalhada destrói uma instituição. E o importante era destruir a instituição totalitária que pretendesse afogar o povo em nova ditadura. Era e é. in Nota do Editor por Paradela de Abreu
Titulo: Os Cravos da Ferradura
Autor: Fernando Barradas e Ercílio de Azevedo
Editora: Editorial Intervenção
Páginas: 189