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História de três famílias, das muitas que, fugindo de uma vida sem futuro, ou por insatisfação da que tinham, partiram, certo dia, de Portugal, em busca de novos horizontes, de novas e melhores condições ou de outras aventuras na terra promissora que era África.
A maioria das pesoas saíram da sua terra de nascimento onde existiam situações bem complicadas, de difícil sobrevivência e de absoluta carência, desde a alimentação, à educação escolar. Muita dessa gente não conseguia sequer fazer a escola básica, pois a miséria obrigava-os a trabalhar a terra, para sustento deles e da família. Outras havia que, embora possuíssem melhores condições económicas, e não só, havendo até, algumas com formação académica, como é o caso de uma das famílias que faz parte desta história, mas que, por sentirem o chamamento de África, partiram, levando com eles a coragem e o espírito imbuído pelo desejo de aventura.
A história que se aconchega neste livro de ficção pretende, somente, e de maneira simples, sem querer ter a veleidade da intelectualidade, mostrar como se vivia no interior daquele imenso território de dimensões continentais que é Angola. Gente que tinha como ambição viver em paz, de modo mais desafogado, que fosse bem diferente daquele que a sua terra lhes proporcionava. Iam para Angola para trabalhar e não para fazerem turismo. E trabalhavam arduamente para conseguirem o que antes lhe era vedado, na metrópole.
Instalaram-se numa pequena aldeia remota, no meio da imensidão de uma fantástica floresta, onde tinham, como principais vizinhos, a paz, as flores, as aves, os cheiros e a praia fluvial de um sereno rio. Era o paraíso, aliás, assim se chamava aquela minúscula povoação, Aldeia do Paraíso.
Mas eis que, a partir de certo dia, tudo o que havia sido construído até aí desmoronou-se, transformando-se em inquietude, dor, tristeza, frustração, perda e morte.
Dedicatória no interior.