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Obra maior da literatura latino-americana, Paradiso, distingue-se por uma contemporaneidade e fulgor literário que só pode encontrar paralelo em grandes obras como "Retrato de Um Artista Quando Jovem", de Jocye, ou "Em busca do tempo perdido", de Proust, para só citar aqueles com mais afinidades.
Romance de tons barrocos, onde não sabemos que mais admirar, se a transfiguração poética da palavra, se o conhecimento e a cultura que dele brota a cada instante, Paradiso é também uma obra plena de referências à cultura ocidental onde a história da humanidade e tradição cultural europeia são resumidas e deformadas até à caricatura mas também poeticamente enriquecidas de forma a constituírem uma grande fábula americana.
José Lezama Lima nasceu em Cuba em 1910, tendo-se formado em Direito em 1938, mas já nessa altura alguns textos seus haviam sido publicados em antologia. Manteve uma intensa vida intelectual, publicando novelas, ensaios, poemas, criando revistas, fazendo conferências, trabalhando sucessivamente na Direcção Cultural do Ministério da Educação, no Conselho Nacional da Cultura, ocupando a vice-presidência da União de Escritores e Artistas de Cuba. Em 1962 integra-se no Centro Cubano de Investigações Literárias e, em1965, no Instituto de Linguística e Literatura da Academia de Ciências de Cuba.
Quando Paradiso é editado, em 1966, já José Lezama Lima é muito conhecido e premiado no estrangeiro. E rapidamente esta obra aparece editada no México, Argentina, Perú, Itália, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França… e se torna objecto de centenas de trabalhos de investigação no mundo.