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«Estas tuas crónicas já me haviam passado pela vida quando estiveram nos jornais, depois, mais ainda quando saíram coligidas. Voltar a elas é começar por voltar à tua história com a Maria João. A primeira página deste livro, saberás bem, é da craveira de um mestre, não se lhe pode apontar sequer um esmorecimento no ímpeto, no génio. É uma página perfeita e condensa tudo quanto te define: a graça brava mesmo perante o que nos emudece. O pensamento desconcertante porque sincero, em todo o esplendor da fúria e da vulnerabilidade, como se deveria escrever cada palavra quando se quer Literatura. Não é de coisas poucas que se faz a tua atenção. Estiveste sempre ocupado com uma desarmante crítica do lugar-comum. Fizeste invariavelmente caminho pelo sulco da ferida mais genuína, sem medo de dizer. O teu medo foi apenas o de não haver saída. Para dizer, nunca te faltou coragem.
Maravilhei-me mil vezes contigo. Fui mil vezes mais motivado perante tantas agruras por te ler. Quis mil vezes não morrer por fazeres com que valesse a pena mais um risco no amor e mais um sorriso. Estou tão à-vontade para dizer isto. Não me deves nada, não esperas nada de mim. (…) E eu nunca esperei de ti senão um novo livro, uma nova crónica, quem sabe o regresso à direcção de uma revista? (…) Foste incrivelmente mais importante para mil rapazes e mil raparigas como eu do que imaginas. És incrivelmente mais importante do que imaginas.»
Do prefácio de Valter Hugo Mãe
Marcas temporais.