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Adriano Moreira vai voltar a mobilizar-se para uma carreira docente de uma escola já plenamente integrada na universidade portuguesa. É a partir de então que atinge as culminâncias da sua dimensão como cientista e logo dá à politologia portuguesa o seu primeiro manual, Ideologias Políticas. Introdução à História das Teorias Políticas, ano Letivo de 1963-1964, obra que, aliás, resulta de um aperfeiçoamento de uma edição policopiada do ano letivo anterior, História das Teorias Políticas e Sociais, (ano letivo de 1962-1963), Associação Académica do ISCSPU, lições coligidas por César Castro Coelho (onde se incluíam matérias referentes ao apaziguamento ideológico e às doutrinas sobre a estrutura do Estado e sobre as relações entre Estados). O manual em causa, além da equivocidade do nome de batismo, dado que o título e o subtítulo não permitem uma adequada perspectiva do conteúdo do mesmo, tem também uma data imprecisa de nascimento, tanto pela precedente edição policopiada como pelos posteriores acrescentos: Aditamentos à História das Teorias Políticas e Sociais, coligidas por José Alfredo Vieira Machado, Lisboa Associação Académica do ISCSPU, 1964 (onde se incluem as matérias referentes à relação entre a história das ideologias e a ciência política, aos problemas metodológicos, à problemática das ideologias e aos problemas internacionais) e Problemas do Estado, segundo aditamento, ano letivo de 1965-1966, Lisboa, Associação Académica do ISCSPU, 1965 (onde se incluem as matérias sobre os elementos do Estado, os fins do Estado e a formação dos grandes sistemas). Com efeito, devem fazer parte integrante do mesmo as seguintes publicações: A Tese do Apaziguamento Ideológico [1963], matéria que constitui uma lição de introdução ao curso de 1962-1963, bem como Sobre as Ideologias Políticas [1964]. Posteriormente, surgem os trabalhos Sistemas Políticos de Conjuntura [1968], Ideologias e Política Internacionais [1968] e Os Fins do Estado [1968]. É, na verdade, este conjunto de textos que, pela sua densidade, marcam a introdução da ciência política em Portugal como disciplina intelectual independente, onde a falta de formal e curricular autonomia pedagógica, não significa, contudo, qualquer quebra na autonomia científica.
Consolida-se também o método muito próprio do Professor Adriano Moreira, onde os manuais são objeto de prévios ensaios parcelares com que vai experimentando sucessivamente a elaboração de um sistema conceitual original, numa arquitetura cerebral que disciplina o desenvolvimento das matérias.