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Photomaton & Vox - 2a Edição (1987)
A autobiografia de um poeta obscuro? Ou a invenção poética de uma biografia?
Em "Photomaton & Vox", o "eu" autoral não se distingue das alegorias, homenagens, montagens, imprecações e metáforas apocalípticas que o texto convoca.
Em prosa ou em verso, ambos ritmados e vigorosos, Herberto Helder fala da sua ilha natal, das experiências limite, das deambulações europeias, dos seus companheiros de jornada (Hölderlin, Rimbaud, alguns surrealistas, alguns beats), mas fala sempre de outra coisa.
Defensor de uma ‘"radicalização do discurso lírico", o poeta contesta a realidade vista como documento, a cisão entre o interior e o exterior de uma cabeça, a legibilidade transparente. E por isso faz de cada imagem "a chave de outra imagem".