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Sophie é resgatada por Charles Maxim das águas do Canal da Mancha, após o barco em que viajava ter sofrido um naufrágio. Sozinha no mundo, a criança não terá mais de um ano e fica a viver em Londres sob a tutela provisória de Charles, que a ama e educa como uma filha de verdade. Sophie cresce na esperança de vir encontrar a mãe, perdida no naufrágio. Mas cresce também num misto de felicidade e angústia, pelo receio de um dia ser forçada a ir para um orfanato.
E é naquela esperança, que no amor funde a irracionalidade da crença com a audácia e a astúcia da vontade, que chegado esse dia, Charles e Sophie decidem que há só uma saída: fugir de Londres e ir para Paris, à "caça" da mãe.
É aqui que Sophie conhece os vagabundos dos telhados e os torna cúmplices leais da sua aventura. É uma história de amor e de afetos, de laços de amizade e cumplicidade, de medos, angústias, sacrifícios, de hesitações e coragem, de argúcia e destreza. Dá voz aos mais pequenos e aos ignorados e marginalizados da sociedade. Os atos mais simples são os mais generosos, e a bondade é uma virtude relembrada a cada som que a música, sempre a música de um violoncelo, vai ecoando ao longo das páginas, por cima dos telhados.
E é uma história sobre a mãe. E sobre a filha. E sobre um homem que, não sendo pai, foi o melhor pai de sempre.
"Talvez seja, pensou ela, o que amor faz. Não existe para te fazer sentir especial. Mas para te dar coragem. Era como uma ração para o deserto, como uma caixa de fósforos num bosque escuro. (…) Era o que a mãe sempre tinha sido para ela. Um lugar para repousar o coração. Um refúgio para recuperar o fôlego. Um conjunto de estrelas e mapas." - K. Rundell, Os Vagabundos dos Telhados.