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A partir dos anos 30, com a subida de Hitler ao poder e durante a II Guerra Mundial, Portugal tornou-se num porto de abrigo para milhares de judeus e refugiados políticos que fugiam das perseguições nazis e do Holocausto. Chegavam por via terrestre, através de Espanha, ou em navios fretados, muitas vezes graças à ajuda de cônsules portugueses, como Aristides de Sousa Mendes que, desobedecendo às ordens do regime e às políticas de restrição de entrada da PVDE, lhes concedeu vistos que significaram a sua salvação.
Por Portugal passaram "refugiados eminentes" como os escritores Saint-Exupéry, Alfred Döblin e Heinrich Mann, pintores como Marc Chagall, Max Braumann e Max Ernst, ou músicos como Darius Milhaud e Bela Bartok. O que encontraram em Portugal? Um país pobre, conservador, orgulhosamente só, a viver numa ditadura rígida sob o comando de António de Oliveira Salazar.
Com a sua chegada e durante o seu período de passagem, enquanto aguardavam saída para o exílio final, estes refugiados trouxeram uma lufada de ar fresco a um país fechado sobre si mesmo. Os hotéis de Lisboa e da Costa do Estoril encheram-se, as praias ganharam nova vida, nos cafés mulheres sofisticadas bebiam café e discutiam a evolução da guerra enquanto liam os jornais internacionais.
Não é possível saber ao certo quantos refugiados passaram por Portugal. Há quem aponte para os 100 mil, outros inclinam-se para os 50 mil. Irene Flunser Pimentel traça um retrato humano da passagem dos refugiados judeus por Portugal, bem como da reacção do regime de Salazar, que se viu a braços com uma invasão inevitável, mas indesejada.
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