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...Disse que uma vez entrou numa drogaria e sentiu o mesmo cheiro que sentira no seu quarto uma noite, depois de ter sonhado comigo.
«Deve estar perto», pensou, vendo o ladrilho novo e limpo da drogaria.
Então aproximou-se do empregado e disse-lhe: «Sonho sempre com um homem que me diz: «Olhos de cão azul.» E disse que o empregado a tinha olhado nos olhos e lhe disse: «Na verdade, a menina tem os olhos assim.» E ela disse-lhe: «Preciso de encontrar o homem que em sonhos me diz isso mesmo.» E o vendedor desatou a rir e dirigiu-se para o outro lado do balcão. Ela continuou a olhar para o ladrilho limpo e a sentir o cheiro. E abriu a mala e ajoelhou-se e escreveu no ladrilho, em grandes letras vermelhas, com o baton dos lábios: «Olhos de cão azul.» O vendedor voltou de onde estava e disse-lhe: «Menina, está a sujar o ladrilho.» Deu-lhe um trapo húmido, dizendo: «Limpe-o.»
E ela disse, agora junto ao castiçal, que passou toda a tarde de gatas, a lavar o ladrilho e a dizer: «Olhos de cão azul», até que as pessoas se juntaram à porta e disseram que estava louca.»