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Na alvorada do século XX, Joaquim Salavisa é um adolescente valente, boémio, engenhoso e pinga-amor, sem qualquer inclinação para os estudos, e que se desdobra em brincadeiras e partidas por toda a Lisboa. Aos dezanove anos, um incidente rocambolesco, idêntico a tantos outros em que era useiro e vezeiro, corre mal e leva-o à prisão. Filho de boas famílias, o seu pai, para o safar do cárcere, alista-o no Corpo Expedicionário Português com destino à Flandres. Pensando livrá-lo depois através dos bons ofícios de um primo responsável pela mobilização. A mãe, porém, trata de que aconteça precisamente o contrário, na esperança de que a Grande Guerra faça o filho ganhar juízo e o torne um homem.
No epicentro de uma guerra, mas remetido para uma frente estabilizada, calma demais para o seu feitio, trava contacto com um francês e um alemão enquanto se dedica a caçar tordos numa terra de ninguém. À conta da fanfarrice de um deles, desencadeiam uma fuzilaria tremenda entre trincheiras que quase os mata. Refugiados num bosque, tornam-se amigos e entreajudam-se no regresso à segurança das respectivas linhas.
Muitos anos depois, o neto tem a sorte de poder aplicar na boémia e nos prazeres da vida a mesma dose de rebeldia e extroversão do avô. Entre memórias e heranças que o avô deixara para trás, percorre um caminho intricado que o fará erguer uma verdadeira ponte entre gerações.