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«Cidadela» é impossível de inserir num género específico, pois é composta por um léxico próprio, de vocábulos iluminados por um sentido outro. O sentido do que é autêntico, sincero e participado, pois, para Saint-Exupéry, só quem colabora é. E «Cidadela» é, porque reflete o coração do homem simultaneamente singular e universal que procura e se pacifica ao considerar o silêncio como uma das respostas possíveis. Ao longo de uma narração de ordem aparentemente aleatória o autor indicia, assim, com uma sensibilidade notável, o reconhecimento dos limites próprios, dos outros e das coisas. Nas suas palavras: "a pedra não tem esperança de ser outra coisa que não pedra. Mas ao colaborar, ela congrega-se e torna-se templo" ainda que de abóboras imperfeitas, porque livres.