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«Aceitando assim que o que esta poesia ronda é a presença material da realidade, uma presença que transporta a visibilidade da sua própria ausência (leia-se esse poema emblemático que é “The Snow Man”), poderemos reconhecer, nos seus motivos poéticos, duas faces de uma mesma limitação. Por um lado, aquela que parece projectar-se na experiência do tempo, recorrer aos materiais dessa travessia (um portão apodrecido, uma chaminé em ruínas, as meias-cores, as meias-coisas, os trajectos da luz), à sua mobilidade. Por outro lado, aquela face da limitação em que as coisas parecem projectar-se num horizonte espacial, metáfora da ausência, aí ganhando a estranha irradiação de uma imobilidade abstracta.»
Da Introdução