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Edição Tinta da China de 2017
Tudo o que nunca se soube sobre a insurreição de jogadores do México 86, conhecida como o 25 de Abril do futebol português.
«Deixem-me sonhar», clamou José Torres, o «Bom Gigante» do futebol português, antes do jogo de apuramento decisivo entre Portugal e a República Federal Alemã. Quem viveu, não esquece: Jaime Pacheco cortou uma bola, passou-a a Carlos Manuel, que rematou para o fundo da baliza. O jogo ia no minuto 53. Daí até ao final, Bento ficou a defender e o país a sofrer, mas aconteceu. Vinte anos depois, pela segunda vez na História, a selecção portuguesa apurou-se para um Mundial de futebol: o México 86. Só que não estava pronta para isso, e o «milagre de Estugarda» transformou-se no pesadelo do «caso Saltillo».
Com Portugal em ebulição e o futebol a ser transformado pela FIFA num negócio gigantesco, os jogadores chegaram a Saltillo, no México, para encontrar um motel degradado, um campo inclinado, uma ausência de plano de treinos e prémios de cem contos por jogo - em contraste com os 143 mil recebidos pela Federação. Estavam lançadas as condições para uma reivindicação sem precedentes, que dividiu a sociedade portuguesa e lançou os alicerces para a profissionalização do futebol nacional. Uma história que estava por contar e que é agora, finalmente, relatada por inteiro.