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Edição Estampa de 2005
Tradução de Madalena Cardoso revista por Margarida Reduto
A par dos evangelhos canónicos, existem outros (combatidos a partir do século IV e excluídos no século XVI) que mostram a figura e as ideias de Jesus Cristo sob um prisma muito diferente.
Antes da imposição de uma doutrina única no século iv, o cristianismo caracterizou-se pela diversidade de pensamento. A par dos evangelhos tornados canónicos, circulavam também outros, atribuídos a nomes como Pedro, Tomé e Filipe, que davam a ver a figura de Jesus Cristo sob prismas diferenciados. O Evangelho de Pedro emprega uma palavra que nunca ocorre nos evangelhos canónicos: «discípula».
Muitos destes textos permaneceram desconhecidos até à segunda metade do século xx e o seu conteúdo ainda suscita controvérsia. No entanto, os evangelhos apócrifos constituem um estímulo para repensarmos, hoje, o cristianismo de forma menos dogmática e com mais espírito de inclusão.
As palavras de Jesus esquecidas pelos Evangelhos canónicos, uma história da Virgem Maria à qual a Igreja, sem nunca citar as fontes, atribuirá uma grande importância teológica, a agonia de São José, a infância agitada de Jesus, a narrativa pormenorizada do seu processo, da sua Paixão e da descida aos infernos, eis os Evangelhos apócrifos.
Qual é o seu interesse?
Reminiscências de factos autênticos?
Fantasias populares?
Documentos históricos sobre a devoção dos três primeiros séculos?
Testemunho sobre o aparecimento e as especulações das seitas primitivas?
Os apócrifos respondem afirmativamente a todas estas perguntas.
Eles são, sobre estes temas, as testemunhas do debate, entre a submissão da fé e o discurso imaginário. Em três partes - Fragmentos de Evangelhos, Evangelhos da Natividade e da Infância, Evangelhos de Paixão - reúnem-se neste volume quase todos os mais antigos apócrifos, dos quais France Quéré oferece uma versão nova e integral dos textos gregos.