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KLEIST EM THUN
O PASSEIO
BASTA!
POSFÁCIO: ‘’Robert Walser” (por Gonçalo Vilas-Boas)
Robert Walser é um autor pouco conhecido em Portugal, daí o interesse deste livro com textos seus. Foi um autor admirado por Kafka, por Musil, por Walter Benjamin. Na literatura suíça de expressão alemã Walser é uma referência absoluta, tendo influenciado essa literatura sobretudo a partir da década de 60, quando foi redescoberto, após ter sido ignorado durante décadas. Alguns dos poemas já foram musicados, por exemplo pelo compositor suíço contemporâneo Heinz Holliger, e os seus romances já foram adaptados ao cinema.
Autor solitário, à margem das modas literárias, é um mestre na utilização de máscaras, da simulação, aparecendo nos textos, sempre com um fundo autobiográfico, como o próprio autor confessa, sob as mais diversas formas. A sua vida é ponto de partida para várias excursões ficcionais através da palavra. A produção walseriana é essencialmente constituída por textos curtos, além da sua incursão pela poesia, pelo romance e pelo teatro. Dele não se conhecem grandes palavras, grandes atitudes. Pode-se falar da estética do pequeno, do banal, do dia-a-dia. O grandioso não lhe assenta bem. Para ele, o importante esta no pequeno, no pormenor, na filigrana, no “arabesco”. A esse aspecto junta-se a grandiosidade do nada ser ou nada possuir, como condição de liberdade.