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Edição Cotovia de 2003
Tradução de José Lima
Em 1629, o Batávia, orgulho da Companhia Holandesa das Índias Orientais, naufragou nos escolhos de um arquipélago de coral, a uns oitenta quilómetros das costas australianas. Os trezentos sobreviventes que se salvaram a custo
de afogamento caíram nas mãos de um deles, um psicopata visionário, que, secundado por um punhado de acólitos, empreendeu o massacre metódico do grupo.
Na época, a tragédia do Batávia acendeu a imaginação do público, mais ainda do que o naufrágio do Titanic o virá a fazer no século XX.
Simon Leys, que passou algum tempo no local do drama, verificou que, paradoxalmente, os náufragos poderiam ter aí gozado “uma existência não desprovida de encanto”. Não será possível ver neste massacre aberrante um microcosmo dos horrores engendrados na nossa época pelas ideologias delirantes que prometem o Paraíso na terra?
A segunda narrativa que completa este volume resulta de uma inspiração completamente diferente. O autor relata aí uma experiência de juventude, quando, embarcado por um Verão num atuneiro bretão um dos últimos veleiros - é iniciado nas artes da pesca, de que descreve os usos, as provações e os perigos. Registou neste relato a recordação do companheirismo fraterno e desse mundo agora desaparecido.