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No final das suas memórias, depois de se ter interrogado onde, quando e como o poeta Ossip Mandelstam tinha acabado os seus dias, a viúva do escritor, Nadejda, escreveu: “Não há nenhum lugar onde possa informar-me e ninguém quer dizer nada sobre o assunto. Quem vai pôr-se a vasculhar nesses terríveis arquivos, por amor de um Mandelstam de quem eles não querem sequer publicar uma selecção de poemas?”
Vitali Chentalinski assumiu essa tarefa. E dela nasceu A Palavra Ressuscitada, primeira obra redigida a partir dos arquivos literários do KGB. Um verdadeiro acontecimento, que nos permite descobrir a terrível sorte dos grandes mestres da literatura russa vítimas do totalitarismo soviético.
Entre eles, contam-se os nomes de Isaak Babel, Boris Pilniak e Ossip Mandelstam, liquidados com uma bala na cabeça ou mortos nos campos, e as ameaças, censuras e vexames sofridos por outros grandes escritores, como Mikhail Bulgakov ou Andrei Platonov, cujas obras foram silenciadas em lugar dos criadores.
Graças ao presente livro, ficamos a conhecer os talentos de que nos privou a loucura sanguinária da época estalinista: Nicolas Kliuiev, poeta e profeta, o padre Pavel Florenski, a quem chamaram em vida o “Leonardo da Vinci russo”, a bela Nina Hagen-Thorn, a única que fez frente aos seus juízes. Mesmo Maxim Gorki, embora distinguido pelo regime, tinha o seu processo nas sórdidas prateleiras da Lubianka, o que lança uma nova luz sobre a história, a vida e a morte do autor de “As Minhas Universidades”