Sê o primeiro a adicionar este livro aos favoritos!
Poeta luso-brasileiro, nasceu em 1633, em Salvador (Brasil), e morreu em 1696 no Recife. Cursou Direito em Coimbra, mas foi no Brasil que escreveu a quase totalidade da sua obra poética. Figura excêntrica e polémica, as suas produções são marcadas pela libertinagem e pelo barroquismo da época. Fez uso da sátira, e mesmo nos poemas religiosos não fugiu à tentação lúdica. A sua obra não foi dada à estampa senão mais tarde, tendo chegado ao século XIX apenas por cópia manuscrita e transmissão oral.
Se souberas falar também falaras
também satirizaras, se souberas,
e se foras poeta, poetaras.
Cansado de vos pregar
cultíssimas profecias,
quero das culteranias
hoje o hábito enforcar:
de que serve arrebentar,
por quem de mim não tem mágoa?
Verdades direi como água,
porque todos entendais
os ladinos, e os boçais
a Musa praguejadora.
Entendeis-me agora?
Permiti, minha formosa,
que esta prosa envolta em verso
de um Poeta tão perverso
se consagre a vosso pé,
pois rendido à vossa fé
sou já Poeta converso
Mas amo por amar, que é liberdade