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Seis Falsas Novelas constitui um dos livros mais importantes deste autor ainda pouco conhecido em Portugal. Revela-se aqui toda a desenvoltura e arrojo do seu génio capaz de se adaptar aos ambientes das mais exacerbadas extravagâncias; nestas páginas convivem episódios de uma humanidade que La Serna soube intuir com genial clarividência. Antecipando-se a James Joyce no profundo abalo a que a novelística se viu sujeita, deu a público mais de cem títulos entre novela, romance, ensaio, biografia, memoralismo e crítica de arte, introduzindo até um género literário que lhe é próprio, a greguería.
A obra e o destino de Ramón Goméz de la Serna (1888 a 1963) situam-se entre os mais paradoxais. Autor precoce (os primeiros textos datam de 1904) e fecundo - os seus livros de todos os géneros ultrapassam a centena - torna-se rapidamente célebre, sendo considerado nos anos 20 o mais importante escritor da sua geração. Antes de 1930 vários dos seus livros são traduzidos, nomeadamente em francês; Valéry Larbaud, que em 1923 o instroduz em França, ao apresentar uma colectânea dos seus escritos declara: «Os três maiores escritores deste século são Proust, Joyce e Gómez de la Serna.»