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Escritos entre os séc. I-II d.C., em plena civilização greco-romana, os livros do Novo Testamento aparecem-nos na língua "comum" dessa civilização (o grego da koiné) e giram em torno da mensagem de Jesus. Por isso, os Evangelhos são a base de todos os outros livros do Novo Testamento, que, por sua vez, os explicitam e aplicam à vida prática. Mas não podemos compreender suficientemente a mensagem de Jesus nem os escritos que a explicitam, sem conhecermos as circunstâncias históricas em que nasceram.
Jesus anunciou a Boa Notícia da salvação apenas oralmente, em aramaico, a língua falada então na Palestina. Os seus discípulos também não escreveram. Preocupava-os mais o anúncio oral - porque urgente - do Evangelho. A atitude de Jesus e dos seus discípulos faz do Cristianismo, não uma "Religião do Livro", mas a religião que se centra numa Pessoa - Jesus Cristo. Depois de terem ouvido a mensagem oral, durante a "primeira geração" cristã, é que os discípulos da "segunda geração" registaram por escrito as palavras e os factos da vida de Jesus para incutir nos cristãos maior fidelidade à mensagem e os conduzir à fé e à salvação em Cristo (Lc 1,1-4; Jo 20,30-31). Os Evangelhos não são unicamente a "História de Jesus"; são sobretudo a narração escrita das palavras e dos factos de Jesus de Nazaré, mas já iluminados pelo Cristo ressuscitado, presente na sua Igreja ao longo de muitos anos.
A Constituição Dei Verbum (n.° 19) diz que os Evangelhos não são História escrita à maneira do nosso tempo. Os evangelistas fazem uma História em função da fé, da teologia: resumem, interpretam, explicam e redigem factos da vida de Jesus para apresentar uma determinada ideia teológica a uma determinada classe de ouvintes
ver imagem apenas. tem uma dobre minimia no canto superior direito