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Este não é um livro alegre. Nos textos que o compõem fala-se de coisas tristes: de um país à deriva e que perde a sua autonomia, de uma sociedade empobrecida, dividida, desanimada, que parece pensar que perdeu o encontro com o futuro. Neles se fala, também, da União Europeia, que se perde nos jogos de interesses e aceita a discriminação dos Estados em função do seu poderio económico e financeiro, afastando-se do projecto de igualdade e esperança que os seus fundadores nos quiseram legar.
Mas este não é um livro de conformação. É um livro escrito por quem acredita que é preciso dar testemunho - Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar - e que é possível escrutinar caminhos alternativos e, por eles, pugnar. Alguém que acredita que não nos devemos render ao óbvio ululante. Alguém que alimenta a convicção profunda de que só do debate livre e do confronto de ideias resultam soluções em que a sociedade se reconheça.
Os anos de chumbo só vieram para ficar se a isso nos resignarmos. Temos de marcar o reencontro com o progresso e a felicidade e, por isso, este não sendo um livro alegre, não é também um livro conformado, nem um livro que ignore o poder da ironia.