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1ª edição
Este ensaio ficcionado fala da vida e da morte e esforça-se por responder às perguntas que titulam o mais célebre quadro de Paul Gaugin: De onde
vimos? Quem somos? Para onde vamos?
As perguntas vêm carregadas de dúvida. Mas a fazer fé na capa do livro, detalhe de A Criação de Adão, de
Miguel Ângelo, merecem uma única resposta: O Homem foi criado por Deus, à sua imagem e semelhança e a
Deus regressará.
Será assim?
Para o homem arcaico, cuja fé suplantou o medo da morte, poderia ser. A sua crença na imortalidade é impressionante. Para ele, não havia sequer a ideia/palavra morte. Falava-se da morte como viagem ou sono e acreditava-se nos “espíritos”, ou seja, no duplo.
No crepúsculo do mundo arcaico, o “duplo” e os “espíritos” são substituídos pela conjugação alma/céu. Para o homem moderno, a morte virou pesadelo. Shakespeare compara-a a uma terra não desbravada de onde nenhum viajante regressava. Jean Paul Sartre diz que se o homem tem de morrer, a vida não faz sentido. E, no entanto, Gaby de Mornay ao morrer exclama: «eu não parto, chego.» E, ainda mais espantoso, Sir John Eccles, estudioso do cérebro e Prémio Nobel, diz-nos: «a alma existe separada do corpo, mesmo depois da morte.»