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Razão de Ser
Este livro é, de certo modo, um julgamento
O Julgamento comporta, na sua estrutura, a petição do Autor (ou a acusação do Ministério Público), ao que se segue a contestação do Réu, (ou a defesa do arguido), continuando com a produção da prova e concluindo com a Sentença.
O Julgamento que agora se propõe é de estrutura similar, com a especificação de que o Juiz será cada um dos leitores e o objecto da lide é o fenómeno religioso.
Serão expostas as provas oriundas do cepticismo tradicional e em particular do darwinismo ateu, escrutinadas pela espiritualidade cristã, de modo a que cada um faça o seu Julgamento de Deus: existe, não existe
tem ou não sentido o dom da fé?
Obviamente que assumimos a nossa posição teísta, face a uma literatura militantemente ateísta recentemente surgida e de cariz tão provocador e agressivo que a pergunta que espontaneamente nos surge é: Porquê? Porquê esta missionação panfletária e irracional contra uma Mensagem que, ao longo dos tempos tem constituído um incentivo para o Bem e para a Verdade? A quem pode prejudicar a simplicidade evangélica, a quem pode meter medo o suave Mestre que deu a sua vida para que os homens a tivessem e a tivessem em abundância?
As considerações que se seguem foram directamente despoletadas pelos livros de alguns escritores militantemente ateus, com especial relevo para Richard Dawkins (A Desilusão de Deus) e a sua visão da evolução darwiniana com a qual pensa dar xeque-mate a Deus.
E para contra-atacar nem sequer é preciso ser especialista da Evolução. Porque, afinal,
quem o não é, quando tantos intelectuais de quadrantes tão diversificados como a biologia, zoologia, antropologia, paleontologia, teologia ou filosofia
têm perorado tão doutamente sobre o tema? Sem negar o compromisso pessoal (não em defesa de qualquer credo, mas do paradigma cristão, cume da excelência) faço o papel do intermediário dos mais variados depoimentos.
Depois, quem ler ajuizará.
Serei, certamente, acusado pelos guardiães da ciência oficial que rasgarão as vestes escandalizados pela heterodoxia que contesta vivamente as suas fantasias. Em boa verdade, a ciência da evolução tornou-se em grossa medida um acervo de especulações acriticamente aceites e que extravasam dos cânones da mesma ciência. Pressinto que o darwinismo, pelo modo intolerantemente ateu como nos é servido se háde revelar como um engodo monumental pela especulação tão destituída de base factual que, no mínimo, acaba por se volver num claro exercício de desonestidade intelectual.
Estribado nos próprios testemunhos da vulgata darwinista mostrarei como eles oferecem o flanco à crítica, já pelas suas evidentes insuficiências probatórias, já pelos atropelos da simples lógica e que os avanços da ciência genética cada vez mais evidenciam. Isso e outras coisas se realçarão nas duas partes em que o trabalho se desdobra: a primeira de pendor estritamente evolucionista, na medida em que se procurou substitui Deus pela omnipotente Selecção Natural (SN); a segunda, de teor espiritualista, procurará dar resposta ao jacobinismo mais comum e que a referida literatura anticristã veicula.
Não proponho nada de original. Não digo outra coisa que uma pessoa de inteligência normal e de oportuno senso crítico não tenha já ponderado.
Suscitar dúvidas
formular interrogações
agitar ideias
porque cada vez se revela mais verdadeiro que muitos ateus práticos o são porque não discutem, não questionam, não mergulham nas grandes questões que preocupam o Homem. Em suma: porque não querem pensar nisso
e a religião foi confinada ao recôndito das sacristias. Embora sem os conhecimentos específicos que algumas áreas exigem, como o Juiz imparcial sirvo-me das perícias e dos testemunhos dos especialistas respectivos que procuro transcrever com toda a fidelidade. Sem abdicar do meu próprio veredicto, penso que os dados ficam lançados com suficiente objectividade para que cada um possa decidir em consciência.