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Em O pintor da vida moderna, Charles Baudelaire, uma figura fundamental da literatura do século XIX, explora a interseção entre arte e modernidade através de uma coleção de escritos críticos. Entre os ensaios essenciais, o texto que dá nome ao livro celebra o pintor Constantin Guys, a quem Baudelaire exalta pela sua capacidade de capturar o heroísmo inerente à vida contemporânea. O volume também apresenta estudos aprofundados sobre artistas e pensadores afamados, incluindo Delacroix, Poe e Wagner, além de discussões perspicazes sobre caricatura e da crítica de Baudelaire ao que ele, de forma sarcástica, chamou "arte filosófica".
Neste livro, Baudelaire começa por criticar o foco da sociedade em artistas célebres como Rafael, defendendo a beleza nas obras menos conhecidas que refletem a vida contemporânea. Argumenta que a beleza combina elementos atemporais com as circunstâncias presentes, destacando a importância de obras que incorporam modos e estilos de vida modernos. Baudelaire enfatiza a importância de retratar trajes e comportamentos modernos para compreender a essência do nosso tempo. Descreve Monsieur G., um artista que captura o espírito das massas e busca a beleza em momentos efémeros, retratando a vivacidade da vida e inspirando curiosidade.
O ensaio discute, também, como a criatividade envolve observar a vida e transformar essas observações em arte, focando na captura da beleza efémera alinhada com princípios históricos. Baudelaire explora o dandismo como uma forma de beleza única, ligada ao carácter e à elegância, criticando a superficialidade social enquanto celebra a individualidade.
As mulheres são retratadas como centrais para a beleza e a arte, servindo como musas e participantes ativas no diálogo artístico da vida. Baudelaire clama para que a arte evolua com a modernidade, vendo os artistas como comentaristas das experiências contemporâneas e instando a apreciação da beleza moderna através de lentes estéticas e sociais.
Tradução de Adolfo Casais Monteiro.
Charles Pierre Baudelaire foi um escritor, tradutor e crítico francês pioneiro, mais conhecido por sua obra seminal, As flores do mal (1857), que enfrentou condenação pública por obscenidade, mas influenciou profundamente gerações subsequentes de poetas simbolistas e modernistas. A sua reputação literária é principalmente construída sobre essa contribuição maior, frequentemente considerada uma das coleções artísticas mais significativas publicadas na Europa do século XIX. Além disso, a sua experiência inicial, Pequenos poemas em prosa (1868), demonstrou um estilo inovador e consolidou o seu espaço na história literária. A vida tumultuada de Baudelaire, marcada por dificuldades financeiras e batalhas legais sobre blasfémia, foi repleta de drama, muitas vezes ecoando as narrativas sombrias de Edgar Allan Poe.
- Encadernação: capa mole
- Ano: 1941
- Páginas: 68
- Dimensões: 18,6 x 12,2 cm