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"O problema do alojamento das populações citadinas assumiu entre nós, nos últimos tempos, uma grande acuidade. Já há muito afligia as classes humildes, mas agora a chaga alastrou-se até à classe média, menos habituada à resignação, ao sofrimento, ao silêncio. Então a grita começou, e as lamentações e os protestos surdiram por toda a parte, com frequência crescente [...].
Jovens, em véspera de constituir família, queixavam-se amargamente da falta de pequenas habitações feitas à medida das suas necessidades e das suas posses. Eram dos mais impacientes e tinham razão. Casas não as havia realmente, e a impaciência justificava-se porque o amor confere todos os direitos, mormente o de não saber esperar...
Casais a quem a família aumentara e para quem a residência se tornara insuficiente, lamentavam-se do preço proibitivo das casas maiores […].
Pequenos funcionários e empregados de escritório clamavam contra a desproporção inconcebível entre os seus vencimentos e as rendas que se exigiam. De um ordenado de seiscentos escudos por mês não podiam tirar setecentos para a renda de casa […]. E viam-se obrigados a deixar a cidade e a procurar nos arredores habitações de renda acessível, ou então a subarrendar quartos..."
O Problema da Habitação de Francisco Keil do Amaram foi publicado em 1945, mas mantém uma atualidade surpreendente. É o n.º 12 da coleção “Cadernos Azuis”, publicada nos primeiros anos da existência da Livraria Latina (Rua de Santa Catarina, Porto), fundada por Henrique Perdigão e recentemente encerrada.
- Encadernação: capa mole
- Ano: 1945
- Páginas: 42
- Dimensões: 18,9 x 12,2 cm