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Caminhos Cruzados foi o segundo romance de Érico Veríssimo a ser publicado, embora, segundo Moisés Vellinho, não tenha sido o segundo a ser escrito (Música ao longe, embora tenha sido publicado posteriormente, teria sido escrito antes). Veio a público em 1935, tendo ganho o prêmio literário da Fundação Graça Aranha neste mesmo ano.
Romance urbano de introspecção psicológica, Caminhos Cruzados é um interessante painel das diversas camadas que compunham a sociedade brasileira à época do governo de Getúlio Vargas (1930-1945), que subiu ao poder no bojo da chamada Revolução de 30. No prefácio que escreveu em 1964, o autor o considerou Caminhos Cruzados “um livro de protesto que marca a inconformidade do romancista ante as desigualdades, injustiças e absurdos da sociedade burguesa”, a uma época em que a grande noite do terror descia sobre a Nação brasileira mais uma vez com a volta dos militares ao poder.
Érico Veríssimo traça cento e vinte instantâneos de cinco dias – de sábado a quarta feira – da vida de diversos tipos diferentes: desde a garota pragmática e seu namorado sonhador até a prostituta meiga e a senhora que imagina ver suas obras assistenciais nas páginas dos jornais. Uma cidade inteira aparece nas páginas do livro. A técnica de Veríssimo, nesse momento um autor jovem mas já com domínio da prática romanesca é a composição de murais, muitos deles fortemente descritivos que, unidos, compõem uma trama de misérias, opressão social e hipocrisia.
Assinatura de posse na folha de resguardo.