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Fanny, trabalhou na casa da família Borges desde os começos da década de 1950 até Maio de 1986. Pouco meses antes, Borges tinha partido com Maria Kodama para a Europa, estabelecendo-se na cidade de Genebra, onde morreu. Durante mais de trinta anos, esta mulher sóbria e abnegada foi, mas palavras do próprio Borges, "a sua fiel servidora". Exceptuando-se a sua mãe, Leonor de Acevedo, Fanny foi a pessoa que durante mais tempo conviveu com ele, e conheceu as suas rotinas, as suas manias, as suas alegrias e os seus pesares.
Estas páginas revivem as facetas mais diversas da existência do escritor: o seu malogrado casamento com Elsa Astete, a dolorosa perda da sua mãe, as visitas de amigos entre os quais se contavam nomes-chave da cultura da época, a tensa espera de cada ano, quando se anunciava o vencedor do Prémio Nobel (que nunca lhe foi atribuído) e o amor por uma mulher que alegrou os seus dias no princípio dos anos oitenta, entre muitos outros factos e anedotas, alguns insuspeitos, outros conhecidos.