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Esta é a última obra de Orlando Neves, senhor de uma vasta obra envolvendo a poesia, a ficção, o teatro, a literatura infantil, a crónica, o dicionário e muitas outras obras de classificação mais difícil como o ensaio histórico, a biografia, etc., etc.
Logo na capa há uma indicação de que se trata de uma obra de ficção. É verdade que hoje ninguém está mais preocupado com a classificação usual de género, isto é, os géneros interpenetram-se de tal modo que podemos encontrar características de um e outro no mesmo texto.
Ora, esta obra de Orlando Neves não conta propriamente uma “estória” como aquelas a que estamos habituados, por exemplo ao lermos as short stories americanas e por outro lado a obra apresenta uma linguagem altamente polissémica permitindo ao leitor trilhar várias pistas que lhe dão entendimentos múltiplos da obra. Isto é conseguido utilizando frequentes neologismos que decorrem da junção de duas palavras, por esta via transformadas numa única. Citemos alguns casos a título de exemplificação: semialmas, acordacorda, corpamado, maremorto, bocamor, milchamas, noitedalma, apassolento, amormorte, bramuge, florigrinaldar, etc., etc., etc.