Kundu

Kurt Sonderfeld acaba de se instalar com sua mulher, Gerda, num vale da Nova Guiné, cujos habitantes, um missionário francês, o Padre Luís, se esforça, há vinte anos, por conquistar para Cristo. Sonderfeld é, na realidade, o «Sturmbannführer» Gottfried Reinach, que em tempos dirigira o serviço de «pesquisas médicas» dum campo de extermínio; e Gerda uma ex-prisioneira polaca que inicialmente fora sua amante.

Para dominar a região, o antigo oficial S.S., que continua possuído da ânsia de mandar, queria obter o apoio de Koumo, um jovem papua que em criança recebera do velho missionário uma educação cristã, mas que mais tarde se transformara no rei dos feiticeiros do vale.

Dum lado o frio Sonderfeld, um produto do monstruoso crepúsculo da Europa; do outro, um primitivo a quem a salvação fora oferecida, mas que a rejeitara para voltar ao culto do deus-porco. Entre ambos existe uma fraternidade sombria, que começa pelo orgulho e acabará na condenação eterna.

Kundu, um dos primeiros livros de Morris West, é muito mais do que um romance de aventuras; nele se pressente já o vigoroso sentimento das paixões humanas e da vida espiritual através do qual o autor de O Advogado do Diabo arrebata os seus leitores. 

Detalhes do livro:

Editora: Clássica, 1964; Tradução: Ângela Martha; Colecção Orbe; med.: 12,5 x 19 cm; 326 pg.