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«Tôda vez que um escritor se dispõe a chamar os bois pelo nome, arrancando a máscara de hipocrisia que encobre as chamadas convenções sociais, uma coisa é certa: voltam-se contra ele os donos da opinião, as tais figuras de caráter puro e sem jaça que, procurando a todo custo manter as aparências, são capazes de tôdas as indignidades e de tôdas as baixezas para impor seu modo de ver.
Na sociedade ainda preconceituosa em que vivemos, o sexo é um desses assuntos proibidos, que não convém abordar publicamente. É a época das juventudes transviadas, das curras, da prostituição amadorista que não tem, ao menos, o auto-respeito da profissional, mas é também a época dos salvadores da moral coletiva, que ingenuamente confiam em palavras e atitudes, sem ter a coragem de ir ao fundo dos problemas para estudá-los e eventualmente resolvê-los.
Em O Amante de Lady Chatterley, D. H. Lawrence teve a coragem de enfrentar as convenções sociais e os seus intérpretes através de urna narrativa que simplesmente expõe a realidade do amor sexual entre duas pessoas que se encontram, se completam e se realizam, a despeito de suas frustrações individuais.
No entanto, desde a sua primeira publicação, há cerca de trinta e cinco anos, contra ele se têm levantado os fariseus de todo o mundo. Lawrence não conseguiu editor em sua terra natal, e seu romance foi por isso publicado inicialmente na França. Embora o texto completo esteja hoje ao alcance do público de língua inglesa, foi uma versão expurgada a única que, durante muitos anos, se podia encontrar nas montras das livrarias. Nos Estados Unidos, em abril de 1959, a editora Grove Press, Inc. lançou a versão definitiva e integral da obra, como a deixou o grande escritor... ...»
Detalhes do livro:
Editora: Civilização (Brasil), 1966; med.: 14 x 21,1 cm; 308 pg.
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