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Em tempos não muito distantes, os casamentos reais eram considerados dos eventos mais importantes do mundo político. A sua negociação era geralmente confiada aos diplomatas mais competentes, e os soberanos procuravam assumir alianças matrimoniais vantajosas para os países que governavam.
A política estava na base dos casamentos entre as diferentes dinastias da Europa, sobrepondo-se aos sentimentos pessoais, e as relações entre os vários impérios e reinos dependiam consideravelmente da direção segundo a qual estas alianças eram contraídas. Exceções notáveis foram os enlaces estabelecidos por Luís XVI e, mais tarde, por Napoleão, quando pediu a mão da arquiduquesa Maria Luísa.
Posteriormente, as coisas começaram a mudar, e tornou-se evidente que os sentimentos, as relações e os afetos pessoais também deveriam ser levados em conta. Assim, os soberanos e as respetivas famílias tiveram maior liberdade para escolher consortes sem interferência nem considerações políticas. Tal como os comuns dos mortais, podiam, afinal, casar-se e ser felizes de acordo com as suas paixões.
Este livro é essencial para entender a política de bastidores e os matrimónios das famílias reais europeias ao longo do tempo. Escrito no primeiro quartel do século XX, procura dar vislumbres das ligações dinásticas das gerações vindouras, o que o torna, ao mesmo tempo, trágico e fascinante, pois, como sabemos, a maioria destas dinastias reais não sobreviveria à Grande Guerra.
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