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Abril de 1945. Hurré! As nagaikas fustigam os flancos dos cavalos. Erguidos sobre os estribos, os cossacos de Von Pannwitz lançam a última grande carga de cavalaria da história, sobre o rio Dave, na Croácia. O seu destino fabuloso, iniciado dez séculos antes, acabará em 31 de Maio de 1945, no vale de Lintz?
Ou fundir-se-ão uma vez mais, na bruma das estepes, os cavaleiros brancos do ataman Kulakov com os vermelhos de Budieny e os vagabundos negros de Makhno?
Quando os primeiros cossacos fizeram refluir a horda do oiro tártara, no século XIV, cavaleiros zaporogues, de cabeças rapadas, ou pacíficos filhos do Don, tomaram o nome dos gansos selvagens, para fazerem dele o seu símbolo de homens livres.
Orgulhosos e cruéis, acamparam nos Campos Elísios, conquistaram a Sibéria e avançaram até ao Alasca. As primeiras palavras das crianças cossacas eram "cavalo" e "disparar".
Morriam de pé, e diziam que as suas estrelas eram mais brilhantes do que as outras. As fronteiras do império passavam pelas selas dos seus cavalos.
Em 1613 haviam imposto Michael Michaelovith Romanov como czar da Rússia e, alternadamente fiéis ou revoltados, iriam seguir os destinos desta linhagem até à sua queda, em 1917. A velha esperança da independência ressurgiu então, mas o sonho louco seria desfeito.