Sê o primeiro a adicionar este livro aos favoritos!
Virgínia é o exemplo perfeito deste tipo de criminosas que jogam com amigos e apaixonados para se desembaraçar de quem lhes convém, com grande discrição e quase sem deixar pistas.
A história do crime está cheia de homicidas que escaparam à justiça e considera-se que o seu maior número está entre os que mataram com veneno. Desde a antiguidade, tratou-se sempre de um crime secreto. As estatísticas mostram, por outro lado, que a autoria de uma grande percentagem deste tipo de crime, pertenceu a mulheres. Daí que as envenenadoras estejam em maioria na série de casos tratados por Artur Varatojo, a começar, como se referiu, por Virgínia, uma portuguesa que em finais do século XIX, quando os divórcios eram muito difíceis, aproveitou sem escrúpulos a amizade de um droguista e os desejos de um cunhado para se livrar de um marido que deixara em São Pedro do Sul para vir até Lisboa à procura de vida mais rica e mais fácil.
Virgínia casou com 18 anos, em 1878, e estava já há muito longe do marido quando, em Fevereiro de 1896, decidiu recorrer aos serviços do seu cunhado Joaquim da Costa para ficar viúva e poder dessa forma dar novo curso à sua ambição de riqueza.