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Prémio Médicis 1995
Prémio Goncourt 1995
Três adolescentes sonham com o amor e com o Ocidente, no meio dos três elementos fundamentais que caracterizam Svetlaïa, a aldeia perdida a Leste do siberiano lago Baïkal, nas margens do rio Amur: “o bosque, o dourado e a sombra fria dos campos”.
Mas, de repente, tudo se transforma e o Ocidente dá sinais. Primeiro, o mítico Transiberiano e as personagens do romance sonham com países maravilhosos ao contemplar a sua passagem, em que, numa carruagem especial, “esses extraterrestres” que eram para eles os ocidentais atravessavam a Europa. Depois, projecta-se na única sala existente na aldeia, um filme em que Jean-Paul Belmondo representa o duplo papel de frustrado autor(a) de romances de espionagem e, na sua imaginação, de brilhante agente secreto.
Este vai-e-vem entre o sonho e o quotidiano aumentará o desejo de evasão dos três amigos, de sair de um mundo que repousa sobre a “finalidade opressiva do futuro radioso”que tem, como cenário único, “taiga, vodka e campo”.
Porém, o destino inexorável da História acabará por responder ao seu apelo empurrando-os para lá das fronteiras do Império, “para as margens do Ocidente mítico”, jamais esquecendo, contudo, a natureza, o silêncio algodoado das neves profundas da sua aldeia natal e o despertar da sexualidade.