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"Sabemo-lo, de alguma maneira, somos todos paranóides. Quem não sonhou ser dono do mundo? Quem não imaginou mil torturas a infligir a inimigos reais ou imaginários? Quem pode dizer que nunca teve ciúmes, nem esteve apaixonado, interpretando indícios, recusando-se a reconhecer defeitos do ente amado e hiperprotegendo-o?
Dos estados limite à grande loucura, da intuição hiperafectiva ao sistema delirante, importa tentar penetrar neste mistério, de que somos, cada um a nosso modo, depositários."