O Impulso Alegórico

"Os Encontros 'O Impulso Alegórico' decorreram entre 1997 e 1998. Foram 13 sessões construídas em torno de 13 universos simbólicos: 13 obras de arte pertencentes a 13 museus portugueses. Tal que permitiu, entre outras coisas, reflectir sobre o papel da arte como comunicação no mundo contemporâneo. As obras de arte seleccionadas agrupam-se em três géneros recorrentes na história da arte – o retrato, a paisagem e a natureza morta -, que representam outros tantos modelos de representação do corpo e do mundo. Estendem-se do século XV – um quadro de Domenico Ghirlandaio – até finais do século XX. As técnicas e os suportes utilizados vão desde a pintura sobre madeira e sobre tela, passando pela escultura em pedra e bronze, fotografia até à informática. Esta última surge representada pelo Museu Virtual em CD-ROM, um projecto que indicia, embora algo timidamente, técnicas e processos, que no futuro, irão certamente revolucionar o conceito de obra de arte.Sobre cada uma das obras, três palestrantes criaram uma narrativa, digamos, alegórica (porque faz referência à alegoria, ou tem o sentido da alegoria): o director do museu a que pertence a obra, um crítico ou um historiador da arte, e um médico. Uma cientista social, presente nas sessões como observadora convidada, elaborou no final um texto sobre o conjunto das intervenções, um ensaio sobre as oscilações entre o significado e o significante. Em grego allos significa outro; agoreuei falar. Falar diferente. Daí o título dos Encontros, 'O Impulso Alegórico', uma expressão utilizada por Craig Owens no seu livro Beyond Recognition (University of Califórnia Press, Berkeley, 1992)