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Sem excluirmos a raiz mariana de todos os sermões, é pertinente procurar a resposta quanto à unidade temática na preocupação que Vieira revela ao longo de todos eles em abordar uma trilogia que resumiríamos da seguinte forma: Maria intercessora, oração, rosário. Ou seja, a existência de um topos para a Rosa Mística deverá ser entendida da seguinte forma: o pregador, partindo de uma forma de oração específica, pretende demonstrar que o Rosário é a oração por excelência para que o fiel seja atendido pela Virgem Maria, ocupando esta o primeiro lugar entre todos quantos junto de Deus intercedem pela Humanidade. É este o raciocínio que vai percorrer todo o sermonário e do qual o pregador não se afastará. Citando novamente Carel, a Rosa Mística pretende ser um sermonário que reflete essencialmente sobre a oração; sem apresentar novidades quanto à tradição rosariana, limitando-se a seguir o gosto da época, o pregador constrói um discurso aparentemente desordenado, todavia bem assente numa ideia orientadora que vai sendo sucessivamente repetida.