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AI LU LU LÉ! Prosas Semi-Africanas. *** Bastos Guerra *** Lisboa: [Sem ind. de editor], 1937. (Imprensa Artística, Limitada – Lisboa). Colecção “Amanhã” – 3. (19,5 x 12,5 cm.) com 203 + [5] pp. Capa flexível. Exemplar razoável. Capa com marcas de manuseamento, manchas (mais concentradas na lombada e na contracapa) e um pouco gasta e amachucada nas margens e na lombada, que apresentam também alguns pequenos rasgões. Tem parte de uma etiqueta (provavelmente de livraria) colada na parte de dentro da capa da frente. Apesar de um pouco envelhecida e não muito limpa, de um modo geral, está ainda bastante apresentável. Páginas globalmente bem conservadas e limpas, embora apresentem um ligeiro amarelecimento e algumas pequenas manchas de acidez (pouco frequentes e de reduzida importância). Tem, no entanto, uma pequena assinatura de posse e uma data manuscrita no canto superior direito da primeira página. *** Primeira edição deste livro de contos de fundo humorístico, que mereceu ao crítico da revista Sol Nascente (N.º 11, de 15 de Julho de 1937) o seguinte comentário: «Além do título, já de si um tanto excêntrico, Bastos Guerra, talvez para dar à fachada do seu livro um sabor mais exótico, pespegou-lhe com um sub-título: prosas semi-africanas. Ora a verdade é que nem o título nem o subtítulo têm nada a ver com os assuntos do volume, dando-se aqui o mesmíssimo caso pelo autor apontado àcêrca dos livros policiais – qual seja o das capas serem ambas com vida muito própria e independente. Na Advertência, não é mais feliz. Fora de dúvida as elucidações ao leitor são sempre úteis e necessárias. Mau foi Bastos Guerra não ter elucidado coisa nenhuma, tendo cozinhado, para mais, uma página de humorismo banal. Entretanto como o valor dos livros, à semelhança do que se dá com os homens, não se aquilata pelo nome que usam, temos de concordar que Ai Lu Lu Lé é obra de real merecimento. Bastos Guerra, há que dizê-lo, vence esta dificuldade enorme: despertar às primeiras linhas a atenção de quem o lê, conseguindo mantê-la sempre bem prêsa até à derradeira página – o que é mais difícil ainda. Não é, porém, à custa de malabarismos de palavras, que êle atinge esta coisa rara. Bem ao contrário o seu estilo é sóbrio e a frase recortada com simplicidade. O encanto da sua prosa é uma conseqüência imediata do seu riso fino, melhor, da sua ironia, pois que Bastos Guerra, acima de tudo, é um ironista; um ironista leve mas agradável, por vezes subtil e sempre bem humorado. Frente a um têma, não hesita: seguro e afoito vai ao seu ponto ridículo, espreme-o, golpeja-o até o riso saltar e deixa-o logo, como coisa inútil. Desta sorte Ai Lu Lu Lé é, primeiro que tudo, obra de crítica. Crítica de costumes, de lugares-comuns, de preconceitos. É ver, por exemplo, Abolição do Clima, Considerações àcêrca dos guarda-chuvas e as três páginas excelentes que formam o capítulo Pedras Amargas, 1 de Setembro, a lembrarem irresistivelmente aquele bom Pangloss do Cândido de Voltaire com o seu eterno estribilho: «tudo corre no melhor dos mundos possíveis», quando, a verdade, é que tudo se passava no pior dos mundos imagináveis.» (Índice na imagem 4). Capa de Manuel Ribeiro. Curioso e já pouco vulgar. *** Portes: envio gratuito em correio normal (tarifa especial para livros) * envio em correio registado: 1,70