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Patricia Highsmith é a grande criadora do romance policial psicológico e Tom Ripley é o personagem de referência da sua obra, um dos mais "negros" do policial do pós-guerra, "um homem que não reconhece a culpa em qualquer circunstância", segundo as palavras da escritora. Por isso ela lhe dedicou toda uma série de livros, que começa justamente com "O Talentoso Mr. Ripley" , mais uma vez adaptado ao cinema, agora pela câmara de Anthony Minghella. Aliás, a obra da autora desde cedo apaixonou os cineastas. O seu primeiro romance, "O Desconhecido do Norte-Expresso seria adaptado por Alfred Hitchcock.
Outros se lhe seguiram, fascinados por Ripley: René Clement e Wim Wenders. Ripley é um homem vulgar, que quer sair da América. A oportunidade surge quando o Sr. Greenleaf, seduzido por uma sua prestação ao piano, enganado por um casaco da Universidade de Harvard (Ripley é muito bom a imitar, a manipular, a disfarçar), o convence a ir à Europa e trazer-lhe de volta o filho, que vive em Itália uma dolce vita, com a mesada que o pai lhe manda todos os meses.
Ripley torna-se amigo de Dickie Greenleaf e da namorada deste, mas numa discussão violenta acaba por matá-lo e assumir a sua identidade. E a partir deste momento, o perigo, o inesperado, o medo, mas também uma frieza e um calculismo extremos perante a morte, passam a fazer parte do quotidiano de Ripley, que, no entanto, é capaz de se comover e nos comover, ao assistir a um espectáculo de ópera.