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Em 2003, Raúl Rivero, poeta e jornalista cubano, é condenado a 20 anos de prisão em Canaleta, a 500 quilómetros de Havana, por “actos contra a independência ou a integridade do Estado”. Miguel Rivero, seu grande amigo e também jornalista, não deixou que Raúl se sentisse abandonado no seu cárcere isolado em Cuba, e, de Lisboa, inicia uma troca de correspondência. Miguel e Raúl tinham em comum um passado de fervorosa adesão à revolução cubana, bem como um gradual e amargo desencanto com o rumo que esta tomou nas décadas que se seguiram.
Estas missivas, ricas de memórias, humor, sonhos e referências literárias – mas nunca temas políticos, visto as cartas terem de passar pelos censores da prisão – permitiram a Raúl suportar melhor o seu destino.
Mas Miguel Rivero foi mais longe: usando como ponte o então embaixador colombiano Plinio Apuleyo Mendonza, procurou sensibilizar Gabriel García Márquez a interceder junto de Fidel Castro para a libertação de Raúl Rivero, o que veio efectivamente a acontecer em Novembro de 2004.