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Em nome da independência e da democracia em Angola, Jonuel Gonçalves passou por várias estruturas e formas de luta: o movimento independentista, os bastidores da guerrilha, a assunção do poder pelo MPLA, as batalhas da guerra civil. A partir da sua própria experiência e de testemunhos de outros resistentes empenhados nesses combates, revela arriscadas formas de oposição e de militância e o contributo que deram ao processo de abertura em Angola.
Todos os movimentos angolanos criados na segunda metade do século XX tiveram origem em pequenos grupos - às vezes uma célula - clandestinos ou exilados. Três cresceram e criaram grandes estruturas partidárias, tendo surgido dissidências no interior dos mesmos por reivindicações democráticas. Antes e depois da independência, também surgiram grupos informais anónimos, de duração variável e renovação constante. Após os anos 90, a crítica informal manteve-se, com vários riscos mas sem clandestinidade. Este contexto, revelador da dinâmica cívica angolana, é aqui analisado na perspetiva de um franco-atirador, ou seja, de alguém que preserva a liberdade e a independência críticas.