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Forçada a casar-se, acusada de manchar a honra da família, perseguida e rejeitada por aqueles que amava - eis a história de Jasvinder Sanghera e da sua luta pela sobrevivência num mundo claustrofóbico e violento. Oriunda de uma família sikh que emigrara para Inglaterra nos anos 50, Jasvinda - a mais nova de sete irmãs - foi ensinada a considerar a população branca corrupta e perversa e a casa um santuário da moral, onde as raparigas aprendiam a tornar-se mulheres obedientes, que tinham de desistir de tudo para servir os maridos, a quem o seu corpo era oferecido como parte do dote. Quando Jasvinder tinha apenas catorze anos e ambicionava ir para a Universidade, os pais mostraram-lhe a fotografia de um homem mais velho com quem se deveria casar. Foi a destruição de um sonho: vira as seis irmãs casarem-se segundo a vontade dos pais e os abusos e maus-tratos que sofriam às mãos dos maridos.
Decidiu então fugir com o namorado que pertencia a uma casta inferior - e a sua vida transformou-se numa luta paradoxal: por um lado, queria romper com os valores absurdos com que fora criada, por outro, queria o amor e a aprovação dos pais; mas para eles Jasvinder estava morta e nem depois da imolação pelo fogo de uma das suas irmãs a mãe lhe perdoou.
Mudando constantemente de cidade com medo de ser perseguida por ter manchado a honra da família, Jasvinder empenhou-se em mais uma luta: terminar a sua licenciatura e ajudar mulheres como ela. E este livro - um testemunho ímpar sobre as muitas batalhas que as mulheres asiáticas ainda hoje têm de enfrentar pela sua autonomia - é uma parte importante desse seu projecto, mas para o terminar teve de lidar com mais de vinte ameaças de morte de membros da sua família que ainda hoje a querem silenciar.