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Samia Shariff nasceu em França no seio de uma família rica, que um dia decide regressar à Argélia. Consegue fugir para França, passa por Espanha e chega ao Quebeque, no Canadá, país em que se refugia com cinco dos seus seis filhos, no dia 10 de Outubro de 2001, e ainda hoje reside.
Totalmente dominada pelo pai, amaldiçoada pela mãe, ela própria vítima submissa da tradição, casa à força aos dezasseis anos com um integrista que não conhece, Samia dará à luz seis filhos numa atmosfera de chantagem e medo. A fim de subtrair a progenitura, sobretudo as duas filhas, a esta cultura misógina, Samia tenta o impossível para fugir de uma Argélia já manchada de sangue e onde a mulher asfixia num inconcebível sistema que lhe recusa o mínimo direito, mesmo o de amar e querer viver em paz.
"Para mim, a minha vida acabou", dirá a autora numa longa entrevista concedida ao jornal canadiano Quotidien.
"Luto pelas minhas filhas. Aqui sinto-me em segurança. O facto de lançar este livro representa um grande passo para mim e o cumprimento da promessa feita às minhas filhas. para que elas possam ser mulheres livres."
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